segunda-feira, 4 de abril de 2011

Clubes desrespeitam contrato de 5 milhões. Governo cobra sua marca

Da Redação
Agência Pará de Notícias
O vice-presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), José Ângelo Souza de Miranda, disse na manhã desta segunda-feira, 4, que apoia a iniciativa do Governo do Estado, que suspendeu temporariamente o pagamento da segunda parcela do convênio assinado entre a entidade, representante dos clubes de futebol profissional do Estado, a Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa) e a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel). A iniciativa do Governo está baseada no fato de os clubes não estarem usando a marca "Governo do Estado do Pará" nas camisas oficiais e de treinos, conforme prevêem as cláusulas do convênio assinado em 20 de janeiro deste ano.

Segundo José Ângelo Miranda, os clubes não podem alegar desconhecimento das cláusulas, uma vez que a própria Federação promoveu uma reunião de trabalho com os respectivos presidentes de clubes para informar sobre o teor do documento e das responsabilidades de cada um. "Infelizmente a Federação não tem poder de exigir nada dos clubes, quem tem que fazer isso é o Governo. E o Governo está agindo corretamente à medida que busca na justiça o direito de ter sua marca nas camisas dos clubes, pois está de acordo com o convênio assinado", comentou Ângelo Miranda, ressaltando ainda que, "sem esse recurso, os clubes, sobretudo do interior do Estado, não teriam condições de participar do campeonato", completou.

Em janeiro deste ano foram assinados três convênios de patrocínio do campeonato paraense de futebol profissional. O primeiro, que dá direito à Fundação de Telecomunicação do Pará (Funtelpa) em transmitir os jogos, no valor de R$ 2,4 milhões; o segundo com a Secretaria de Esporte e Lazer (Seel), para interiorização do campeonato, no valor de R$ 1.105.810,00 e o terceiro com o Banco do Estado do Pará (Banpará) no valor de R$ 1.560.000,00 distribuídos para Clube do Remo e Payandu Sport Club - R$ 50 mil para cada um mensalmente, e mais R$ 15 mil para o Águia; de Marabá, e São Raimundo, de Santarém. O total dos convênios soma R$ 5.065.810,00 para a vigência do ano de 2011.

Nos casos da Seel e Funtelpa, a contrapartida dos clubes prevista no convênio é o uso da marca do Governo do Estado do Pará, na camisa oficial e nas de treinos, assim como, a instalação de placas nos estádios de futebol, outdoor, banner e todo material promocional. Segundo o professor Christian Costa, secretário-adjunto da Seel, os clubes não cumpriram o acordo e foram notificados, por meio da Federação Paraense de Futebol, sobre o assunto. O primeiro ofício da Seel (nº 88/2011), de 22 de fevereiro, chamava atenção para o problema e como nada foi resolvido a Seel enviou uma segunda correspondência, no dia 21 de março (ofício nº 295), avisando da possibilidade de suspensão do pagamento e do envio do documento para o setor jurídico avaliar e tomar as medidas legais cabíveis.

A primeira parcela do convênio da Seel, no valor de R$ 443.524,00, correspondente a 40% do montante, já foi depositada na conta da FPF. A mesma situação é a da Funtelpa, que também já liberou os recursos pertinentes a 40% do valor total do contrato que dá direito a emissora transmitir os jogos do campeonato paraense. Para a vice-presidente da FPF, os clubes deverão se adequar à realidade sob pena de perder dinheiro. "Nosso sentimento é de que haverá adequação", disse Miranda.
Investimento

Segundo o secretário adjunto da Seel, Christian Costa, o investimento realizado pelo Governo do Estado do Pará no campeonato de futebol profissional é o maior do Brasil. "Infelizmente, a postura dos gestores está incompatível com a do Governo. Esse repasse não dever ser visto como filantropia, mas sim, como investimento na cadeia produtiva do mercado futebol profissional. Nós precisamos que algumas reciprocidades previstas no convênio sejam garantidas pelos clubes, do contrário, nossa postura será de suspensão do pagamento da segunda parcela dos recursos", adiantou.

O secretário também questiona sobre os prejuízos do Governo durante a primeira fase do campeonato paraense e a primeira rodada do segundo turno. "Quem vai pagar os prejuízos?", indaga o professor. Na primeira fase do campeonato foram realizadas 28 partidas e mais as etapas finais de ida e de volta. A segunda fase da competição somou quatro jogos na primeira rodada. "Queremos afirmar que estamos à disposição dos clubes para conversar. Queremos encontrar a melhor maneira de resolver essas pendências", destacou Christian Costa.
Ascom/Seel

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