Iniciada a redemocratização, legalizados os partidos políticos e liquidado pelo Estado Novo (1945), Barata liderou no Pará a criação do Partido Social Democrático (PSD) que teve Aurélio do Carmo (Foto Oficial ao lado) como o último Governador do Pará eleito pelo partido. O PSD, como o PTB, foi fundado por iniciativa de Vargas. Enquanto que o PTB deveria representar os interesses dos trabalhadores urbanos e, apoiando-se no sindicalismo oficial, ajudar a frear a crescente influência do PCB, o PSD deveria aglutinar, sobretudo, os fazendeiros e os antigos coronéis.
Magalhães Barata foi eleito senador em 1945 e não pode se candidatar ao Governo do Estado. O candidato do PSD, Moura Carvalho, major do exército, venceu as eleições, derrotando o General Zacharias de Assumpção, do Partido Social Progressista (PSP). Em 1947, o número de eleitores (o Pará contava com um pouco mais de um milhão de habitantes) era cerca de 200 mil, 68 098 dos quais votaram em favor de Carvalho e 46.704, em Assumpção.
Em 1950, Magalhães Barata entra na disputa pelo Governo do Estado pelo Partido Social Democrata, porém os partidos de oposição formam uma Coligação Democrática Paraense (PSP, UDN, PL, PRT e PST) em apoio à candidatura de Zacharias Assumpção.
Essa foi a disputa eleitoral mais acirrada na política paraense, marcada por brigas políticas, mortes e atentados. As opiniões eleitorais estavam divididas em: “Baratistas e Anti-Baratistas”. Porém, ninguém imaginou que o populista Magalhães Barata perdesse as eleições, por uma diferença mínima de votos, para Zacharias Assumpção, que venceu por 582 votos. Somente em 1955, finalmente Magalhães Barata, “líder carismático, autoritário e populista”, conseguiu se eleger Governador do Estado do Pará pelo voto direto dos paraenses.
Esse pleito eleitoral foi marcado pelas marchinhas e divergências políticas, foi o momento em que a briga política se exacerbou entre os governistas e os oposicionistas.
Em 1955, Magalhães Barata é eleito Governador do Estado pelo voto direto, derrotando o candidato da UDN, Epílogo de Campos, sendo empossado no dia 10 de junho de 1956, pelo então Governador Cattete Pinheiro.
Barata fez um governo diferente dos anteriores, sabendo que seria a última vez que chefiaria o Estado, o General executou um política de conciliação entre os partidos. Não chegou nem a governar três anos, em 1959, Barata não resistiu a doença (sofria de leucemia) e veio a falecer no dia 29 de maio.
Mas antes de falecer, conseguiu que a Assembléia Legislativa aprovasse a criação do cargo de Vice-Governadoria, deixando como seu substituto o Major Moura Carvalho. Mesmo com a morte do líder do PSD, o seu partido manteve-se no poder até 1964, sob a liderança de Moura Carvalho, que elegeu em 1960, Aurélio do Carmo e Newton Miranda, como Governador e Vice-governador, respectivamente.
A morte do General Magalhães Barata abalou a população paraense, a partir do momento que Barata já estava em estado terminal, todos aguardavam notícias do estado de saúde do Governador do Pará em frente a sua casa, na Av. Doutor Moraes e acompanhavam os boletins médicos divulgados nas rádios.
O corpo do ex-governador foi levado para o Palácio Lauro Sodré, onde ficou em exposição ao público, até o dia 02 junho, data que completaria 71 anos, sendo sepultado no cemitério de Santa Isabel.
O cortejo fúnebre de Magalhães Barata foi comparado a um mini Círio de Nossa Senhora de Nazaré, por causa do grande número de pessoas presentes.
ROCQUE, Carlos, Artigo da coluna “Memória”, O Dia em que Barata morreu, p.06, publicado no Jornal “A Província do Pará”, do dia 10 de maio de 1998.
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